Vivemos dias em que a soberba
é o pecado predominante na igreja (povo, assembleia), onde lideranças (padres,
pastores, ministros, cantores, missionários, pregadores) se digladiam por um
espaço e reconhecimento em seus discipulados. Onde há desprezo ao evangelho
genuíno do Cristo ressurreto, que
gloria-se no morrer para si mesmo e ao extremo martírio pela redenção do outro;
para oferecerem e se fartarem da carnificina egocêntrica.
Isso acaba transparecendo e se tornando notório nas celebrações: talvez, pela
falta de preparo e contrição dos líderes que se propõem à ministração. Sem
arrependimento, quebrantamento, submissão, e justificação; a glória do Senhor
não flui sobre a igreja.
» JUSTIFICAÇÃO «
“A
justificação é a obra mais excelente do
amor de Deus, manifestado em Cristo Jesus e concedido pelo Espírito Santo.
Sto. Agostinho pensa que “a justificação do ímpio é uma obra maior que a
criação dos céus e da terra”, pois “os céus e a terra passarão, ao passo que a
salvação e a justificação dos eleitos permanecerão para sempre”. Pensa até que
a justificação dos pecadores é uma obra maior que a criação dos anjos na
justiça, pelo fato de testemunhar uma misericórdia maior.
O
Espírito Santo é o mestre interior. Gerando “o homem interior”, a justificação
implica a santificação de todo o
ser.” (Catecismo da Igreja Católica, § 1994.)
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Todos
recebemos a justificação dos pecados através da mudança de caminho (batismo/conversão),
entretanto, devemos manter-nos vigilantes para não perdê-la de vista e deixar com que os nossos
próprios ímpetos nos guiem conforme a vontade própria, pois deste
modo falaremos a nós mesmos e não inspirados pelo Espírito que suscita vida.
Como igreja, preocupados com o próprio umbigo e “unhas do pé”, perdemos a
chance de salvarmos aqueles que se sujam na lama do pecado e arruínam muito
mais que as unhas do “dedão”. Paulo fomentava uma ideia a esse respeito, quando
incitou ao povo de Colossos a não submeter-se novamente ao jugo do pecado,
motivando-os a prosseguir, sem egocentrismo e soberba, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus.
(Colossenses 1,10)
“Mortificai,
pois, os vossos membros no que têm de terreno: a devassidão, a impureza, as
paixões, os maus desejos, a cobiça, que é uma idolatria. Dessas coisas provém a
ira de Deus sobre os descrentes. Outrora também vós assim vivíeis, mergulhados
como estáveis nesses vícios. Agora, porém, deixai de lado todas estas coisas:
ira, animosidade, maledicência, maldade, palavras torpes da vossa boca, nem vos
enganeis uns aos outros. Vós vos despistes do homem velho com os seus vícios, e
vos revestistes do novo, que se vai restaurando constantemente à imagem daquele
que o criou, até atingir o perfeito conhecimento.” (Col. 3,5-10)
» Nova evangelização «
Devemos lançar as redes ao resgate e pesca de homens fora das extremidades do
templo (a exemplo de Papa Francisco), pois limitar-se ao microfone e comodismo
evangélico não traz revoluções na perspectiva vivida pelo povo.
“A criação aguarda ansiosamente a
manifestação dos filhos de Deus.” (Romanos 8,19)
Firmados nessa ideia, tem crescido o número de ministérios, páginas de
evangelização e estratégias para se pregar o evangelho, porém, nem sempre vemos
a verdade do Cristo prevalecendo sobre as lideranças que se propõem a esse
serviço. Evangelização, mesmo que por trás de cabos, tubos e linhas de conexão
deve ser levado a sério; pois mesmo que sejam apenas imagens ou frases curtas, é
com o evangelho que estamos lidando.
Deus quer curar sua igreja, seu povo, afastar a soberba, e libertar-nos.
As motivações das lideranças andam corrompidas.
Ter uma página de evangelização, um ministério, um chamado e um punhado de
canções; não traz a plena certeza de salvação a ninguém, pois tudo isso irá
passar. Deus anseia por muito mais que títulos, púlpitos ou ministérios, deseja
ver corações curados e verdadeiramente rendidos a Ele, sem espaço para mais
nada, a não ser para a habitação d’Ele. Se continuarmos permeando por caminhos
soberbos, não O encontraremos plenamente, de modo que a igreja continuará fria
e conduzida por homens, sem o mover espiritual.
Voltemos à verdade igreja: que é estar n’Ele.