quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O pecado que sufoca a igreja.


Vivemos dias em que a soberba[1] é o pecado predominante na igreja (povo, assembleia), onde lideranças (padres, pastores, ministros, cantores, missionários, pregadores) se digladiam por um espaço e reconhecimento em seus discipulados. Onde há desprezo ao evangelho genuíno do Cristo ressurreto, que gloria-se no morrer para si mesmo e ao extremo martírio pela redenção do outro; para oferecerem e se fartarem da carnificina egocêntrica.
Isso acaba transparecendo e se tornando notório nas celebrações: talvez, pela falta de preparo e contrição dos líderes que se propõem à ministração. Sem arrependimento, quebrantamento, submissão, e justificação; a glória do Senhor não flui sobre a igreja.

» JUSTIFICAÇÃO «


         “A justificação é a obra mais excelente do amor de Deus, manifestado em Cristo Jesus e concedido pelo Espírito Santo. Sto. Agostinho pensa que “a justificação do ímpio é uma obra maior que a criação dos céus e da terra”, pois “os céus e a terra passarão, ao passo que a salvação e a justificação dos eleitos permanecerão para sempre”. Pensa até que a justificação dos pecadores é uma obra maior que a criação dos anjos na justiça, pelo fato de testemunhar uma misericórdia maior.      
         O Espírito Santo é o mestre interior. Gerando “o homem interior”, a justificação implica a santificação de todo o ser.” (Catecismo da Igreja Católica, § 1994.)

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Todos recebemos a justificação dos pecados através da mudança de caminho (batismo/conversão), entretanto, devemos manter-nos vigilantes para não perdê-la de vista e deixar com que os nossos próprios ímpetos nos guiem conforme a vontade própria, pois deste modo falaremos a nós mesmos e não inspirados pelo Espírito que suscita vida. 
Como igreja, preocupados com o próprio umbigo e “unhas do pé”, perdemos a chance de salvarmos aqueles que se sujam na lama do pecado e arruínam muito mais que as unhas do “dedão”. Paulo fomentava uma ideia a esse respeito, quando incitou ao povo de Colossos a não submeter-se novamente ao jugo do pecado, motivando-os a prosseguir, sem egocentrismo e soberba, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus. (Colossenses 1,10)

Mortificai, pois, os vossos membros no que têm de terreno: a devassidão, a impureza, as paixões, os maus desejos, a cobiça, que é uma idolatria. Dessas coisas provém a ira de Deus sobre os descrentes. Outrora também vós assim vivíeis, mergulhados como estáveis nesses vícios. Agora, porém, deixai de lado todas estas coisas: ira, animosidade, maledicência, maldade, palavras torpes da vossa boca, nem vos enganeis uns aos outros. Vós vos despistes do homem velho com os seus vícios, e vos revestistes do novo, que se vai restaurando constantemente à imagem daquele que o criou, até atingir o perfeito conhecimento.” (Col. 3,5-10)

» Nova evangelização «

Devemos lançar as redes ao resgate e pesca de homens fora das extremidades do templo (a exemplo de Papa Francisco), pois limitar-se ao microfone e comodismo evangélico não traz revoluções na perspectiva vivida pelo povo.   

 “A criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus.” (Romanos 8,19)     

Firmados nessa ideia, tem crescido o número de ministérios, páginas de evangelização e estratégias para se pregar o evangelho, porém, nem sempre vemos a verdade do Cristo prevalecendo sobre as lideranças que se propõem a esse serviço. Evangelização, mesmo que por trás de cabos, tubos e linhas de conexão deve ser levado a sério; pois mesmo que sejam apenas imagens ou frases curtas, é com o evangelho que estamos lidando.       

Deus quer curar sua igreja, seu povo, afastar a soberba, e libertar-nos.
As motivações das lideranças andam corrompidas. Ter uma página de evangelização, um ministério, um chamado e um punhado de canções; não traz a plena certeza de salvação a ninguém, pois tudo isso irá passar. Deus anseia por muito mais que títulos, púlpitos ou ministérios, deseja ver corações curados e verdadeiramente rendidos a Ele, sem espaço para mais nada, a não ser para a habitação d’Ele. Se continuarmos permeando por caminhos soberbos, não O encontraremos plenamente, de modo que a igreja continuará fria e conduzida por homens, sem o mover espiritual.      

Voltemos à verdade igreja: que é estar n’Ele. 
    



[1]  Soberba: orgulho excessivo, arrogância.


Por: /fledsonsoares

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